A CONQUISTA DO NORDKAPP

08/07- Chegar até o ponto mais setentrional do planeta e que podemos atingir por terra, não é somente um sonho é uma “CONQUISTA”. As dificuldades existem para o viajante que sair de qualquer parte do planeta, imaginem então para três nordestinos, saídos dos estados do Piauí e Ceará. Todas as etapas desta viagem são verdadeiros desafios: decidir fazer a viagem, planejar, conseguir recursos, preparar documentação e equipamentos, enfrentar a Europa com seus vários idiomas, culturas, moedas, climas e leis rígidas. Para se ter uma idéia uma multa por excesso de velocidade na Noruega pode chegar a 2.000 dólares. A cada etapa vencida uma nova etapa com dificuldades distintas se apresenta. Nós não desistimos em nenhuma das fases e por isso hoje estamos “CONQUISTANDO O NORDKAPP” ou “NORTH CAPE” ou “CABO NORTE”. A língua não importa a conquista é que conta. A Noruega é um dos países de maior renda “per capta” do mundo e seus custos para quem vem do Real são altíssimos. Como exemplo temos o preço do litro da gasolina, a qual é produzida aqui: o equivalente a R$ 5,40.

                                                        Vestidos para o NORDKAPP

Para completarmos a conquista tivemos que vencer os últimos cem quilômetros que nos separavam do Cabo Norte, e foi aí que o “bicho pegou”. Saímos de uma cidade chamada Alta, a 250km do NORDKAPP, debaixo de 11°C e de uma chuva fina. As estradas são sempre de boa qualidade. Depois da nossa parada para reabastecimento houve uma mudança brusca no formato da rodovia: muitas curvas e com alto grau de dificuldade, subidas e descidas e travessias de túneis de até quase 7 km de extensão. Esse túnel de 6.870m passa por baixo do mar: inicialmente mergulha montanha abaixo e depois emerge do outro lado do fiorde. Nas entradas desse túnel há um aparelho produzindo um som característico com a finalidade de espantar as renas e evitar que entrem no seu interior e provoquem acidentes. Não bastasse a configuração da rodovia à medida que nos aproximávamos do cabo a temperatura caía e o vento passou a soprar com uma intensidade que interferia na dirigibilidade de nossas motos, além de levar a sensação térmica para níveis abaixo de zero. Chegamos ao destino tremendo de frio, o termômetro marcando 5°C,  e debaixo de muita tensão motivada pela chegado ao NORDKAPP e pela dificuldade em conduzir as motocicletas. Mas nada poderia atrapalhar a nossa conquista, o NORDKAPP se tornou um marco na vida dos “Três Mosqueteiros do Nodeste”.

                                               Tela do GPS na chegada ao NORDKAPP

                                                              Visual do Cabo Norte

                                                   Marco com indicação exata do Cabo

                                                                  Símbolo do NordKapp

                                                                             Close

                                                               Os Três Mosqueteiros

                                                              Ceará no topo do mundo

                                                       Um túnel para não ser esquecido

                                              Na volta, parada para um café e descanso

A quantidade de motociclistas dirigindo-se para o Cabo Norte é algo que impressiona e na sua grande maioria pilotam motos BMW. Encontramos também um sem número de ciclistas que se dirigiam para esse mesmo destino e que merecem toda nossa admiração por sua valentia e força. Se é difícil para nós pilotando nossas motos imaginem para eles pedalando suas bikes. Para descrevermos tudo que vimos e sentimos neste dia levaríamos muito tempo e lhes cansaríamos, portanto falamos apenas um pouco daquilo que achamos mais importante, esperamos que as poucas fotos possam ajudar a interpretar as belezas vistas e as emoções vividas.

Um grande abraço a todos.